360 Dias

Uma certa vez lembro-me de ter lido um texto que falava sobre "30 dias", texto esse que dizia: "Muitos acreditam que um mês não é nada, mas um mês é o suficiente para se conhecer uma pessoa, ser feliz, se apaixonar, se iludir, se machucar, ficar triste, conhecer mais a fundo a mesma pessoa, se iludir mais uma vez e se machucar, de novo[...]". Então fiquei a pensar... é verdade que 30 dias não parece ser grande coisa, só que quem sabe mesmo, é quem já experimentou. Se em 30 dias tanta coisa pode acontecer, imagina 30x12... UAU! Dá um montão de dias, não!? Sim... quase que exatamente 1 ano...

 Se em 30 dias uma pessoa pode se machucar tantas vezes, imagina em 360 dias! Deve doer demais... Na verdade, sim, dói demais. Mais isso não é uma coisa ruim, não em todos os sentidos, se olharmos pelo lado bom, muitas pessoas aprendem muita coisa com a dor. Principalmente a dor de um relacionamento.  Pensando bem, quando se ama não há dor, ou há? Pois se todos dizem que o amor é “o sentimento mais bonito, o amor só trás felicidade, o amor é tudo de bom...” entre tantas e tantas outras coisas boas. Mas se amar só trás felicidade, então poderia admitir que quando houve dor, não existiu amor, certo?

Nossa, que confusão! E é assim que me encontro hoje. Nessa confusão de sentimentos e pensamentos. Quando estamos magoados, pensamos muitas coisas, entre essas coisas muitas vezes, coisas ruins, coisas que nos fazem chorar, mas que nos fazem chorar muitas vezes porque já nos fez felizes um dia e deixamos de tê-las, essa é a verdade. Quando paro para pensar em algo que me fez feliz, hoje fico triste por tê-la perdido. Fico triste, pois se eu estivesse com tal fonte de felicidade hoje, estaria feliz, fato.

Mas não vou deixar essa tristeza me consumir mais. Como um grande sábio, amigo meu disse, se me fez feliz, porque ficar triste? “Então guarde tudo como lembranças boas!” – disse-me ele. E eu comecei a realmente pensar nisso como um passado, e defini esse meu ‘passado’ (que hoje se encontra tão presente) como uma caixa que dentro há um conjunto de acontecimentos bons e ruins, me cabe agora saber separar e guardar os acontecimentos de dentro dessa caixa como boas recordações e jogar fora o que não me serve mais. Tudo o que me fez feliz, por mais que eu tenha derramado alguma lágrima guardarei. Guardarei com o mesmo amor que um dia eu pude criar. Pude fazer acontecer.

Coração machucado é sábio, só precisa receber alguns curativos, que são chamados de amor e carinho de pais e amigos, e pode acreditar, até de mentores, escolares ou não! Então com esse meu sábio coração que agora se regenera, continuarei minha vida, talvez uma vida que antes não soube aproveitar, não soube curtir, não soube amar. Mas que aprendeu e muito. Guardarei em minhas lembranças fatos e acontecimentos que talvez nem chegaram a acontecer, mas que havia anseio em meu coração para que acontecesse. Serei feliz, sei que ainda posso fazer pessoas felizes, meus amigos, familiares, colegas enfim, pessoas que eu amo e sei que me amam. Pessoas que nem o tempo, nem minha fraca memória me deixarão esquecer.

Para finalizar, mais uma vez, citarei parte daquele texto do começo – só com algumas pequenas modificações –, um texto verdadeiro, profundo, e que mesmo com muitos acontecimentos após ele ter sido publicado, eu gosto muito, pois me traz boas recordações.

“O segredo para ser feliz assim? . . Não ter pressa, não desesperar, não desistir, não fechar os olhos pro mundo por causa de uma desilusão, aprender que outras pessoas maravilhosas virão e que muitas ainda existem e ter coragem para enfrentar tudo de frente, sem medo.[...] Conta um texto a seguinte história: ‘Bateu alguém á porta, vacilei e não quis abrir. Pensei que fosse a saudade que me viesse perseguir. Bateu de novo com mais força, mas depois desistiu. Desceu as escadas em silêncio e para sempre partiu. Partiu deixando na porta estas palavras fatais: sou a FELICIDADE e não voltarei nunca mais.’

Pois é . . .” então o que estou esperando? Nada! - Fui ali pra ser feliz e não volto tão cedo!